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13 de março de 2023
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PRÉ-ESTREIA: “AS ÓRFÃS DA RAINHA”

A SAGA DAS MULHERES NA COLONIZAÇÃO DO BRASIL É TEMA DE FILME

Na semana em que se celebra o Dia Internacional das Mulheres, foi realizada em Cataguases uma sessão de pré-estreia do longa-metragem “As Órfãs da Rainha”, roteirizado, produzido e dirigido por Elza Cataldo. Um obra audiovisual que tem no seu elenco e na sua equipe técnica o maior número de mulheres profissionais em um filme já realizado no âmbito do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais.

Antes mesmo de seguir para as salas de cinemas no Brasil, o longa-metragem já vem se destacando no cenário internacional, conquistando o Prêmio de Melhor Filme Histórico na 14ª edição do Toronto International Women Film Festival, no Canadá, sendo selecionado para o Festival Judaico de Washington, conquistando também duas premiações em Los Angeles, nos EUA.

A pré-estreia aconteceu no dia 9 de março em Cataguases no auditório do Centro Cultural Humberto Mauro, com presença de integrantes da equipe do filme e grande público.

Órfãs da Rainha - foto público

O FILME:

No século XVI, ‘órfãs da rainha’ era a denominação dada às mulheres que viviam sob a proteção da Rainha de Portugal, no conforto  da corte, até serem  obrigadas pela Coroa Portuguesa a se mudarem para o Brasil. Nesse território totalmente selvagem e desconhecido, elas desembarcavam com a missão de formar família e povoar o novo país.

As Órfãs da Rainha” é um longa-metragem de ficção no gênero histórico, com roteiro de Elza CataldoPilar Fazito e Newton Cannito, com Direção de Fotografia de Fernanda Tanaka, trilha sonora de David Tygel, consultoria do historiador Ronaldo Vainfas, especialista em Inquisição, de Mary del Priori, especialista em história das mulheres e de Uri Lam, rabino. O filme tem a produção da Persona Filmes (MG).

AS ORFAS RAINHA FOTO 1

Em sua obra, a diretora acompanha a saga de três irmãs portuguesas – Leonor, Brites e Mércia – que vivenciaram de maneiras diferentes o destino que lhes foi imposto, nesse cenário inóspito do Brasil colonial, agravado pela chegada da Inquisição. Essas três personagens foram vividas por Letícia Persiles, Rita Batata e Camila Botelho, tendo ainda no elenco os destaques femininos de Selma Egrei, Ines Peixoto, Teuda Bara e Jai Batista.

elza

 

 

“Vejo essas mulheres como nossas ancestrais. Em memória delas, busquei utilizar uma linguagem que nos represente como mulheres, e também aos negros e índios. A intolerância, a violência, a escravidão, a figura da escrava sexual, que a gente vê nessa narrativa e que parece distante, lá no século XVI, ela tem reflexo até os dias de hoje. No filme tudo isso vem à tona, dialogando com nosso momento atual”, diz a diretora Elza Cataldo.

 

 

Para ambientar sua trama, a cineasta construiu na região rural de Tocantins, na Zona da Mata mineira, a primeira vila cenográfica do Polo Audiovisual da Zona da Mata, reproduzindo uma fazenda de engenho do reconcavo baiano, que foi chamada de Vila Morena.  Com a Direção de Arte do arquiteto, cenógrafo e artista plástico Moacyr Gramacho, a vila foi erguida ao longo de um ano de trabalho com cerca de 80 pessoas da região, entre técnicos, artistas, artesões, produtores, mestres de obra, marceneiros, pintores, carpinteiros e outros prestadores de serviço que participaram da produção da vila cenográfica, do mobiliário e seus adereços.

vila moreno orfas da rainha

Na equipe de profissionais, as mulheres da região também marcaram presença, com destaque para: Babi Piva, na Direção de Produção; Samantha Oliveira, Produtora de Elenco; Raquel Costa, Assistente de Produção de Objeto; Renatta Barbosa, Assistente de Arte; Ana Maria Pereira, Assistente de Figurino; Sol Barros, Assistente de Maquiagem e Cabelo; Caca Werneck, Motorista; Larissa.Basgal, Brigadista; e Rosilene Rodrigues, no Catering.
mulheredas

O EVENTO:

Eduardo MantovaniNa abertura do evento em Cataguases, o presidente do Grupo ENERGISA Minas Rio, Eduardo Mantovani destacou: “O incentivo à produção do audiovisual na região da Zona da Mata é compromisso do Grupo Energisa para incremento da Economia Criativa local para geração de emprego, renda e novos negócios. O polo é um potencial arranjo produtivo local, com a geração de mais de 2.500 postos de trabalho diretos a partir da viabilização, desde 2010, de mais de 60 produções dentre longas e curtas metragens, realizadas em diversas cidades da nossa região. Fizemos também uma articulação importante para trazer à nossa região o Edital de Co-Investimentos Regionais, em 2019. Uma parceria público privada que reuniu recursos do Governo Federal – ANCINE, Governo do Estado de Minas Gerais e Prefeitura de Cataguases, a partir de uma articulação realizada pela Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual e a Fundação Ormeo Junqueira Botelho, com o patrocínio de R$ 1,8 milhão do Grupo Energisa. No total, o Edital investiu R$ 10.5 milhões em 16 novas produções e empreendimentos audiovisuais na região”.

 

foto debate

Após a exibição do filme, foi constituida uma mesa de debates com o público presente e a participação da diretora Elza Cataldo, as atrizes Rita Batata, Camila Botelho, Jai Baptista, o ator Alexandre Cionetti e a figurinista Sayonara Lopes. 

UM DESTAQUE ESPECIAL:

A noite de pré-estreia ainda reservou um grande surpresa. Depois de quatro anos de afastamento por motivo de saúde, a presença de Mônica Botellho, ex-presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata, emocionou a todos os presentes. Aplaudida de pé por longo tempo, sua alegria e disposição contagiou o audiotório, numa grande demosntração de força, afeto e garra, que representa todas as mulheres brasileiras.

Monica Botelho foto

Depois desta grande e emocionante pré estrea, o filme “As Órfãs da Rainha” seguirá para exibição em salas de cinema a partir do mês de maio.

 

Por Beth Sanna, comunicação Polo Audiovisual da Zona da Mata – MG.

 

Para saber mais:

– Na matéria especial de 18.09.2019.

– Neste mini documentário  você assiste os bastidores da produção.



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