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2 de junho de 2022
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ANIMAPARQUE: UM PARQUE PRODUTIVO DA ANIMAÇÃO

No final de abril realizou-se em Cataguases um encontro muito especial com as presenças na cidade de Fernanda Salgado, diretora do longamentragem “Ana, en passant“, de Guilherme Fiuza e Luiz Fernando Alencar, respectivamente, diretor e produtor executivo da série “Cosmo – o Cosmonauta“, então recebidos por Cesar Piva, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata (APOLO).

Desde o final de 2019, quando saiu o resultado final do Edital de Coinvestimentos Regionais da ANCINE, selecionando estas duas grandes obras de animação, a equipe do Polo Audiovisual aguarda anciosamente este momento.

foto melhor polo animao

“Durante muito tempo sonhamos, planejamos e agimos para o setor de Animação ganhasse um foco estratético no Polo Audiovisual. Começamos em 2008 com uma oficina do animador Leo Ribeiro (Juiz de Fora) inspirada no curta “Dragãozinho Manso” da obra Humberto Mauro, considerada uma pioneira na animação no Brasil. Depois fizemos em 2011 o projeto FÁBRICA ANIMADA, envolvendo criativos do “Grupo Gepto de Teatro de Bonecos” do Instituto Franscisca de Souza Peixoto, da Cia Industrial Cataguases, com estudantes da Faculdade Integradas de Cataguases – FIC, e de Belo Horizonte da UEMG e UFMG. Em 2016 realizamos a RECRIA – Residência Criativa de Animação, um laboratório que resultou na produção da série “Coração nas Trevas”. Já em 2018 organizamos a primeira edição do ANIMATHON PARQUE, uma mararotona animada, já antecipando a implantação do ANIMAPARQUE como um parque de formação, criação e produção no setor. A realização dessas duas produções, associadas ao curso em Teconologias em Cinema e Animação da UEMG, confirma nossa certeza de que está será a grande vocação de futuro para nosso polo audioviusal.” afirma, Cesar Piva.

As obras “Ana, en passant” e “Cosmo – o cosmonauta” foram selecionadas na segunda etapa do Edital de Coinvestimento Regionais, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), organizado pela Agencia Nacional de Cinema – ANCINE e a Agência de Desenvolvimeto do Polo Audiovisual da Zona da Mata MG, em um arranjo financeiro inédito no Brasil envolvendo uma empresa privada, o Grupo Energisa Minas Gerais, com recursos de isenção fiscal da Lei de Incentivo à Cultura do governo mineiro, tendo a Prefeitura Municipal de Cataguases como ente federativo local. O arranjo reuni o total de R$ 10.5 milhoes em 16 empreendimentos a serem realizados até 2024 na região do Polo Audovisual.

Saiba mais: 

“ANA, EN PASSANT”: 

Longa-metragem de animação, com roteiro e direção de FERNANDA SALGADO, produção da APIÁRIO ESTÚDIO CRIATIVO e coprodução nacional da FILMES DE VAGABUNDO.

O filme conta a história de Ana, que, ao perder-se em uma nova cidade encontra Alice, uma mulher idêntica a ela. Juntas, elas descobrem o que significa se tornar quem são, enquanto descobrem novos caminhos em meio às memórias e imagens de inúmeras cidades inventadas. A produção mineira será o primeiro longa-metragem de animação do país assinado por uma diretora negra.

Fernanda Salgado é diretora criativa, coordenadora de projetos e roteirista, Mestre em Cinema pela UFMG, co-fundadora do Apiário Estúdio Criativo e produtora audiovisual independente.

Ana, en passant - imagem 001

Fernanda Salgado foto 2

 

“Dando o pontapé inicial à pré-produção do filme, estivemos em Cataguases em abril deste ano para conhecermos melhor a equipe do Polo, que nos recebeu de braços abertos, tão animados quanto nós sobre as perspectivas de produção do filme. Conhecemos a estrutura de produção e o renovadíssimo ANIMAPARQUE, e nos encantamos com todas as possibilidades que a cidade oferece para nos receber e nos apoiar na concretização do nosso filme. Avante e s’ imbora!”, diz Fernanda Salgado.

Em entrevista ao Jornal “Hoje em Dia”, Fernanda Salgado ressalta que o fato de as protagonistas serem negras não significa que o filme seja focado em questões de raça ou gênero. “Como mulher negra que sou, é fundamental possibilitar a criação de histórias com protagonistas negras. Ao colocar personagens vivendo e construindo suas próprias questões, estamos dando visibilidade a estas mulheres negras”.

SINOPSE:

Depois da morte de sua avó, Ana, uma jovem mulher negra francesa, se vê à deriva na cidade em que sempre viveu, isolando-se cada vez mais em seu próprio luto. Quando decide confrontar a perda da avó e lidar com seus pertences, encontra uma caixa com uma carta e peças de um quebra-cabeça deixado pela avó que a levarão a atravessar o Oceano Atlântico, chegando a Belo Horizonte, no Brasil.

Lá, Ana encontra Alice, seu duplo, morando no antigo apartamento de sua avó. Alice é uma dançarina que, ao descobrir uma gravidez inesperada e de risco, se vê subitamente impedida de dançar. Ana percorre o labirinto de reflexos proposto por sua avó, e a partir do apartamento que passa a dividir com Alice, ensaia um decifrar da cidade em que se entrelaçam as memórias e vivências da avó, do avô que nunca conhecera, e a si mesma, que atravessa e é atravessada por essa cidade. Alice, inserida e refletida neste mapa, faz sua própria travessia a partir de seu corpo grávido, expandindo-o e a si mesma para além do que imaginaria possível.

“ANA, EN PASSANT” recebeu recursos para sua produção do Edital Coinvestimentos Regionais do Polo Audiovisual da Zona da Mata em parceria com a ANCINE / FUNDO SETORIAL DO AUDIOVISUAL – FSA.

 

“COSMO, O COSMONAUTA”

SÉRIE DE ANIMAÇÃO para TV, com direção e roteiro de GUILHERME FIÚZA ZENHA e produção da SOLO FILMES.  A série conta a história de um garoto chamado Cosmo, que embarca numa viagem espacial em busca de um amigo. Ele aterrissa em vários planetas onde encontra diversas criaturas e enfrenta situações que o ensinam o valor da amizade, da coragem e da perseverança.

Cosmo, o cosmonauta

Guilherme Fiúza foto

 

 

“Além das questões humanistas, o filme ‘Cosmo, o Cosmonauta’ toca também em assuntos contemporâneos, tais como a importância da água e o derretimento das calotas polares, sem ser doutrinador ou pedante. Com leveza e vivacidade, o personagem principal está sempre em primeiro plano. O espectador mais atento vai se deleitar com referências sutis a produções culturais consagradas, como O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, e Alice No País das Maravilhas, de Lewis Carroll, sem que isto interfira no entendimento e desfrute daqueles que desconheçam estes textos”, afirma Fiúza.

 

 

 

Guilherme Fiúza atua em diversas áreas do audiovisual. Como produtor e assistente de direção trabalhou junto aos diretores Helvécio Ratton,  Tizuka Yamasaki e Nelson Pereira dos Santos, entre outros. Em 2012 estreou seu primeiro longa-metragem, “O Menino no Espelho”, obra infanto-juvenil  baseada em livro do escritor mineiro Fernando Sabino. Realizado em Cataguases, Leopoldina e Miriaí, com a parceria do Polo Audiovisual, Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e Energisa, o filme encanta plateias e conquista prêmios em festivais em diversos pontos do país e do mundo.

SINOPSE: 

Cosmo é um garoto comum, que adoraria ter um bichinho de estimação, mas o regulamento de seu prédio não permite. Assim, ele embarca numa aventura intergaláctica em busca de uma criatura com quem possa dividir seu beliche e ensinar a saltar dentro de arcos flamejantes.

Com uma sabedoria infantil e um espírito destemido, Cosmo parte rumo a todos os planetas nos quais a Nave encontra sinais de vida. Em cada episódio, o menino aterrissa em um deles, onde encontra uma criatura e aprende um pouco sobre sua história. Destas interações, surgem conflitos e desafios a serem superados, e Cosmo aprende importantes lições sobre coragem, amizade e perseverança. Tudo isto sem a imposição de uma lição de moral: o menino é inconsequente, obstinado e franco, o que faz com que crianças e adultos possam facilmente se identificar com Cosmo.

 

animaton

Foto: ANIMATHON PARQUE, realizado em 2018 pelo Polo Audiovisual da Zona da Mata, o evento reuniu 20 jovens em um intercâmbio entre artistas da região, participantes de Residências Criativas de Animação promovidas pelo Projeto Estúdio Escola Fábrica do Futuro, alunos e ex-alunos da Escola de Design da UEMG (BH), do Curso de Cinema de Animação da UFMG (BH), da Casa dos Quadrinhos (BH).

 



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