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21 de setembro de 2020
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MOSTRA DO FILME LIVRE EXIBE 53 OBRAS INDEPENDENTES

De 12 a 20 de setembro, a Mostra do Filme Livre, maior evento de exibição de obras audiovisuais independentes do Brasil, disponibilizou gratuitamente 53 filmes autorais, entre curtas, médias e longas-metragens de diversos gêneros, de realizadores de diversos pontos do país. Esta edição especial, pela primeira vez em formato on line devido à pandemia, foi realizada com apoio do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais.

Os filmes selecionados (entre 910 concorrentes), ficaram disponíveis ao público em quatro recortes organizados pelos curadores. na plataforma do POLOAUDIOVISUAL.TV, que abrigou também a realização de três lives com convidados especiais. .

Veja o link:  http://www.poloaudiovisual.tv/title/mostra-filme-livre/ 

Com direção e curadoria de Guilherme Whitaker, a Mostra já percorreu mais de 80 cidades em diversos estados, atraindo um público de cerca de 150.000 pessoas, que conheceram realizadores autorais e assistiram a filmes que não costumam ser exibidos no circuito comercial.

A abertura da Mostra do Filme Livre, no dia 12 de setembro, foi uma homenagem ao artista multimídia Sérgio Ricardo, falecido em 2020, aos 88 anos. A live contou com a participação do curador GuiWhi, e dos diretores Mariana Lufti e Victor Magrath, realizadores do média-metragem “Na rota do vento, o cinema na música de Sérgio Ricardo”.

No dia 19, o filme “Até o Fim”, eleito Melhor Longa pelo Júri Popular na 23ª Mostra de Tiradentes, foi o tema da live, com presença de seus realizadores, Ary Rosa e Glenda Nicácio, e dos curadores Gabriel Sanna e Scheilla Franca.

MFL 2020 foto

No dia 20, o evento de encerramento promoveu um debate com GuiWhi, os jurados da MFL,  Ewerton Belico, Claudia Cárdenas, Beatriz Vieira,  e a direção dos três filmes premiados. São eles:  “A mulher da luz própria”, de Sinai Sganzerla (SP);  “Lealdade”, de Ana Stella Cunha e Milene Avelar (MA);  e “Obatala film“, de Sebastian Wiedemann (EXT).  Receberam Menções Honrosas, os filmes “Guardião dos Caminhos”, de Milena Manfredini (RJ) e “Macao”, de Otávio Almeida (EXT).

 A live de premiação pode ser vista AQUI  

Veja abaixo o depoimento de Guilherme Whitaker sobre as dificuldades enfrentadas para fazer a Mostra do Filme Livre pela primeira vez de forma on line:

Guilherme Whitaker foto“Assim que percebi que, em 2020, a Mostra do Filme Livre (MFL) teria de ser feita online, me dei conta das dificuldades envolvidas. Nunca havíamos feito nada neste sentido, o máximo que fizemos foi uma transmissão ao vivo de uma abertura (em 2017) e colocar no YT da MFL as vinhetas e debates de cada edição. Soma-se a isso o fato de que, no final de 2019, o Banco do Brasil nos avisou que, depois de 18 anos, não seguiria nos patrocinando, via CCBBs. Então estávamos sem verba alguma e sem saber como seguir de forma online. Sondei outros festivais sobre como fazer a baixo custo, já que todos os festivais passavam pela mesma questão da adaptação dos eventos para a forma online, e alguns também sem patrocinadores. Percebi então que várias experiências estão em andamento, cada festival optando por alguma maneira de seguir existindo, resistindo, neste tempos de pandemia global e pandemônio brasileiro (evidenciado pelo desprezo à arte, cultura e ciência, e tudo de péssimo que tal desprezo acarreta ao presente e ao futuro de um país, seja ele qual for)”.

Nessa busca para dar continuidade a um evento que é sucesso há 18 anos, Guilherme se lembrou do Polo Audiovisual e do contato que tinha com o gestor Cesar Piva já há mais de uma década:

“Assim que liguei para o Cesar ele mostrou interesse e se dispôs a nos ajudar nessa versão on line do MFL. Felizes, seguimos  nos ajustes pensando inicialmente em 20 filmes e chegando posteriormente aos 53 filmes, além da realização de três lives. Com a segurança desta parceria, abrimos as inscrições de filmes e recebemos 910 títulos, entre curtas, médias e longas. A seleção foi feita e tudo preparado para realização da mostra em um período de 8 dias (bem distante dos 90 dias – um mês em cada CCBB – dos últimos anos), mas suficientes para exibir os filmes livres que consideramos mais importantes deste ano, mantendo acessa a chama da livre expressão audiovisual. Para uma primeira experiência acreditamos que foi super válido.  Ainda não tenho os números, mas acredito que tivemos uma boa visualização dos filmes no site POLO.TV, atraindo pessoas que talvez não chegassem ao site se não fosse pela MFL, bem como divulgando a Mostra para o público habitual dos eventos do site POLO.TV. Então, em nome da resistência cultural, todos nos ajudamos e isso é o mais relevante, principalmente em momentos de crise como a que vivemos. Mas a crise vai passar, pois nós passarinho e como tal, sabemos que a luta por mais arte e cultura nunca foi, não é nem será em vão! E viva Sergio Ricardo!”



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