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2 de junho de 2021
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O VOO DA ANDORINHA EM JOÃO PESSOA

No dia 27 de maio, uma reunião virtual marcou o momento especial de celebração do “Acordo de Cooperação” entre o Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais e a Prefeitura Municipal de João Pessoa, capital da Paraíba.

A parceria inédita, por meio do Instituto Fábrica do Futuro e a Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), tem como principal objetivo a elaboração de diretrizes para um “Programa de Cultura e Desenvolvimento Local com foco na economia criativa do audiovisual”.

Print live João Pessoa

Participaram do encontro online, pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, Cícero Lucena, Prefeito Municipal e representando a FUNJOPE, Marcus Alves, diretor-presidente e Paulo Roberto de Souza Júnior, chefe da Divisão de Audiovisual. No âmbito do Polo Audiovisual da Zona da Mara, estiveram presentes, Cesar Piva, diretor-presidente do Instituto Fábrica do Futuro e da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, e Mauri Palos, diretor do Cine 14 Bis, Equipe-Cine e Instituto Fábrica do Futuro.

Cicero Lucena foto

 

“Foi uma conversa muito importante porque João Pessoa já ocupou espaço nessa área de audiovisual, inclusive com a Cataguases, e isso permite que a gente já tenha algo feito, algo produzido. O que nós estamos desenvolvendo agora com a FUNJOPE é exatamente a retomada desse projeto, mas com força, com energia, com participação da Prefeitura”, assegurou o prefeito Cícero Lucena.

 

Marcus Alves

“Este é um compromisso de governo. Essa parceria firmada hoje se reveste de um ineditismo muito grande e de uma importância fundamental para a gente começar uma política de promover uma estruturação do nosso cinema de maneira mais sustentável. A experiência de Cataguases tem uma história muito bonita e sempre manteve um vínculo grande com a cidade de João Pessoa. A gente vai alimentar, ampliar e desenvolver essa experiência dentro de um sonho que foi imaginado lá atrás por muitos diretores e produtores do nosso audiovisual e que agora a gente torna realidade por meio dessa ação do prefeito Cícero Lucena”, destacou Marcus Alves, diretor-presidente da FUNJOPE.

 

Cesar Piva foto 1“Essa oportunidade é sonhada e aguardada há muitos anos, desde quando o CINEPORT passa a ser realizado em João Pessoa, em 2007, dando início a uma rede de cooperação, intercâmbio e trocas de experiências. Na edição do Festival em 2014 realizamos na cidade o Encontro Nacional de Polos, Arranjos Produtivos Locais (APL’s) e Núcleos de Produção Digital (NPD´s), reunindo gestores e realizadores de várias regiões do Brasil. Um momento importante que resultou na “Carta de João Pessoa” que passa a orientar ações em rede, já trazendo resultados concretos sobretudo na regionalização de recursos”, contextualiza Cesar Piva.

 

Antes de voar para João Pessoa, o CINEPORT, idealizado e organizado por Monica Botelho, diretora-presidente da Fundação Cultural Ormeu Junqueira Botelho, com patrocínio do Grupo ENERGISA, realizará uma primeira edição em Cataguases, Minas Gerais (2005) e a segunda em Lagos, Portugal (2006). Uma festa internacional da diversidade cultural, representativa dos 9 países pertencentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste.

CINEPORT - foto

 

 

Desde sua primeira edição o Festival instituiu como prêmio principal o “Troféu Andorinha”, marca simbólica de cooperação e intercâmbio cultural entre os povos lusófonos.

 

 

 

Mauri foto

Para Mauri Palos: “João Pessoa e a Paraíba tem uma tradição histórica muito particular, aliada à uma potência inovadora nos tempos atuais. Nossa expectativa é contribuir com esse ativo incrível de criatividade regional, poder gerar um ambiente de trocas de conhecimentos e experiências, participativo e proativo. Nossa ideia é valorizar a experiência local, identificar experiências públicas e privadas realizadas em Cataguases, no Brasil e até do exterior” .

 

Paulo Roberto fotoNosso acordo de cooperação é voltado para uma elaboração coletiva de diretrizes que orientem ações  estruturantes em João Pessoa. Teremos muito trabalho pela frente, mas unindo o case de sucesso do Polo Audiovisual da Zona da Mata com o nosso desejo de concretização do Complexo de Audiovisual Paraibano será uma união muito estruturada e com grandes chances de alcançarmos o nosso objetivo maior. Para isso vamos precisar do envolvimento, confiança e apoio do setor audiovisual, reunir fóruns e entidades representativas, universidades, empresas privadas e órgãos de governos, sobretudo, em âmbito municipal e regional”, completa Paulo Roberto de Souza Jr., chefe da Divisão do Audiovisual na FUNJOPE.

 

CARTA DE JOÃO PESSOA: a trajetória de cooperação em construção

AÇÕES EM REDE

Marcos PimentelSempre existiram vínculos entre Cataguases e a Paraíba. Em 2004, o Centro Cultural Humberto Mauro, em Cataguases, recebeu uma exposição fotográfica do paraibano Walter Carvalho – fotógrafo, cineasta e diretor de fotografia – sobre Humberto Mauro. Já no 3º CINEPORT, primeira edição em João Pessoa, em 2007, o documentarista paraibano Vladimir Carvalho foi  o “Diretor Homenageado”, recebendo o “Troféu Humberto Mauro”. Na 5ª edição, em 2011, o festival voltou a prestar homenagem ao diretor, batizando de Sala Vladimir Carvalho um espaço permanente de exibição localizado dentro da Usina Cultural ENERGISA, em João Pessoa. Agora, em 2021, Lula Carvalho atua no Polo Audiovisual da Zona da Mata, como diretor de fotografia do documentário sobre Ary Barroso.” nos relata, Marcos Pimentel, cineasta, documentarista, curador do CINEPORT e diretor de formação do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais.

Em abril de 2014, o 6º CINEPORT, realizado pela quarta vez em João Pessoa, marcou presença na cidade ao envolver um enorme público em sua intensa programação, com três mostras audiovisuais, diversos prêmios, grandes shows musicais, performances, feira gastronômica, exposição de artes visuais, oficinas técnicas e workshops temáticos.

Mas esse ano traria também uma novidade. Durante o Festival, foi realizado o Encontro Nacional de Polos e Arranjos Produtivos Locais do Setor Audiovisual. O encontro foi organizado pelo Instituto Fábrica do Futuro e a Fundação Cultural Ormeo Junqueiro Botelho, em parceria com o SEBRAE, a Agência Nacional de Cinema – ANCINE, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC, Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Economia Criativa.

Monica Botelho

Este encontro nacional de polos e arranjos produtivos locais, afirma o Festival também como espaço articulador de políticas públicas, de mercado, de cooperação nacional e internacional, e, destancando o campo audiovisual, como instrumento vigoroso de promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento local. Assim se confirma o compromisso da nossa Fundação e do Grupo ENERGISA com o Estado da Paraíba e o Brasil”, declara, à época, Mônica Botelho, diretora do CINEPORT e presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho.

Com a presença de realizadores, produtores e gestores públicos de João Pessoa e de várias regiões do país, o Encontro resultou na elaboração coletiva e apresentação pública de um documento: a “Carta de João Pessoa”, que destacou três grandes objetivos principais:

1) valorizar a conexão e ações integradas de novos territórios criativos (rede de empreendedores, cooperação e de investidores);

2) criar ambientes inteligentes de gestão do conhecimento e inovação (pesquisa, criação, formação, produção, distribuição, comercialização e difusão.);

3) reunir experiências e competências para mobilizar parcerias públicos-privadas (os quatro setores) na perspectiva da economia criativa e o desenvolvimento sustentável.

 

ARRANJOS REGIONAIS

De imediato, o encontro de João Pessoa no CINEPORT possibilitou a primeira ação de regionalização na Paraíba, já em setembro de 2014, quando foi lançado um edital totalizando R$ 3,375 milhões à produção paraibana, envolvendo recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – ANCINE, e da Fundação Cultural de João Pessoa – FUNJOPE.

Roberto Lima

Para Roberto Lima, à época diretor da ANCINE, “o edital vem dar um salto qualitativo no sentido de formalizar as estruturas operacionais do audiovisual, de passar a considerá-lo como negócio empresarial. No Brasil, há muita concentração das políticas de incentivo ainda no eixo Rio-São Paulo. Encampamos este esforço de descentralização em resposta a uma bandeira empunhada pelos próprios segmentos artísticos regionais produtores de conteúdo, representados no Nordeste principalmente por Recife, Fortaleza e João Pessoa”.

 

INTERIORIZAÇÃO

O Encontro de João Pessoa foi também o momento inaugural para um amplo trabalho de mobilização nacional que concretizou uma nova grande conquista! A partir de 2018, a – ANCINE, passa a realizar o EDITAL COINVESTIMENTOS REGIONAIS alcançando, finalmente, os arranjos produtivos locais de cidades do interior brasileiro, para além das capitais de Estado.

Um grande exemplo é Cataguases, com a mediação da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, por meio de um arranjo financeiro inédito no país, reuniu a contrapartida local através de recursos de isenções fiscais em parceria estratégica com o Grupo ENERGISA, Prefeitura Municipal local e Governo Estadual.

Esta ação resultou, em 2019, no maior edital do setor no interior do Brasil, ficando em 5º lugar em volume de recursos, tendo à frente apenas editais estaduais: Bahia, Santa Catarina, Distrito Federal e Espírito Santo.

Cataguases fica à frente inclusive da capital mineira, com recursos que alcançam R$ 10.5 milhões, viabilizando assim 16 grandes projetos e produções audiovisuais, que atualmente estão em fase de contratação junto ao Banco Regional do Extremo Sul (BRDE), para serem realizados na região mineira nos próximos três anos.

 

FEST ARUANDA

Entre 2018 e 2019, novos voos para essa cooperação foram dados no Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, evento realizado em João Pessoa, que tem parceria com a Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e patrocínio do Grupo ENERGISA. Na 15ª edição do Festival, em 2019, um painel de debates abres novos caminhos, com o tema:Arranjos Regionais: a experiência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, convergências e prospecções de uma parceria a ser construída.

Luiz Zanin

“Foi uma grande alegria poder proporcionar no FEST ARUANDA essa retomada, em painel que contou com uma participação expressiva de representantes da produção audiovisual local, abrindo um generoso espaço, para conhecermos mais a experiência do Polo Audiovisual de Cataguases. Aliás, uma edição muito especial para o festival, que teve naquele ano, pela primeira vez em sua história, seis longas-metragens finalizados. Ineditismo que o crítico de cinema Luiz Zanin Orichio, do jornal O Estado de São Paulo, presente ao evento, nomeou de “primavera do cinema paraibano”. Ou seja, renovação e novos caminhos para nossa produção audiovisual, o que nos honra muito de ter contribuído, abraçando as pautas e as demandas do audiovisual paraibano.”, afirma Lúcio Vilar, diretor do Festival.

 

NOVOS FUTUROS

A experiência do Polo Audiovisual da Zona da Mata tem no campo da governança, uma dimensão chave para  a valorização da criatividade e do conhecimento local, com a potencialização de recursos humanos e financeiros no território criativo.

Em um programa de economia criativa e circular é preciso gerar ambiente de inovação e inclusão produtiva, de longo prazo, de maneira estruturadora e de impactos sociais e geracionais. Verbo e verba andando juntos, sempre!  Uma ação que seja capaz de gerar parcerias público-privadas, associando o uso inteligente de isenções fiscais em leis de incentivos regionais a recursos de fundos públicos nacionais, outras fontes das empresas produtoras, de empresas privadas. No mundo pós pandemia, uma das tendências é o fortalecimento de médias e pequenas cidades. João pessoa pode ter grande oportunidade com a Economia Criativa, gerando riquezas e distribuindo riquezas locais para um novo ciclo de desenvolvimento sustentável”, diz Cesar Piva.  

Em 2010, o Festival Ver e Fazer Filmes recebeu em Cataguases uma equipe de jovens realizadores paraibanos. Dentre as atividades propostas no Festival, esses jovens realizaram um documentário curta-metragem, experiência nova para eles. Um destes realizadores era o Paulo Roberto Souza Jr, que hoje é o chefe da Divisão de Audiovisual da Prefeitura de João Pessoa, o que só reforça nossos laços com a Paraíba. “Ver essa nova geração envolvida com o desenvolvimento de políticas pública é muito importante, simbólico, nos faz acreditar ainda mais que teremos novos voos para novos futuros em nosso país.” finaliza, Cesar Piva.

 

Saiba Mais:

“Carta de João Pessoa”

www. http://www.poloaudiovisual.org.br/cineport-%C3%A9-palco-para-o-encontro-nacional-de-polos-e-apls-do-setor-audiovisual/

Arranjos Regionais

https://antigo.ancine.gov.br/pt-br/sala-imprensa/noticias/prefeitura-de-jo-o-pessoa-lan-edital-em-parceria-com-brasil-de-todas-telas

https://www.paraibatotal.com.br/entrevistas/2019/12/30/56950-cultura-historia-e-belezas-naturais-a-importancia-do-cinema-brasileiro

FEST ARUANDA

https://www.festaruanda.com.br/noticias/fest-aruanda-promove-debates-sobre-politica-cultural-e-filmes-exibidos-no-final-de-semana

Vinheta CINEPORT Joao Pessoa

https://www.youtube.com/watch?v=g4o7GKM8TEQ

 

Tabela 1

Tabela 2



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